AVALIAÇÃO: BLAZER EXECUTIVE

Robusta, valente, poderosa, elegante, confiável... estes são alguns dos adjetivos aplicados à um grande sucesso de vendas da Chevrolet no Brasil, a Blazer. A Blazer foi produzida em diversas versões, com diferentes opções de motorização. Tivemos modelos desde a básica 2.2 a gasolina até modelos top de linha (executive) movido à diesel ou ainda com o poderosíssimo Vortec V6 à gasolina.

É sobre a Executive 4.3 V6 que falaremos hoje. Tivemos a oportunidade de ter uma dessas na garagem por pouco mais de um ano, foi o suficiente para termos uma ideia de suas qualidades e defeitos. O carro em questão é uma Blazer ano 2000, já com o primeiro facelift. Trata-se de um modelo bem completo, já com Air Bag, porém sem tração 4x4 e câmbio automático como a maioria das Blazer Executive.

A Blazer Executive se destaca visualmente por seu visual robusto e ao mesmo tempo muito elegante, contando com linhas na carroceria, aros, e vários detalhes na cor dourada. Apliques na coluna com o nome Executive, e bordado nos bancos com a mesma inscrição, também na cor dourada. A Blazer Executive tem um um padrão de acabamento muito superior aos carros nacionais, o que impressiona. Couro de muito boa qualidade na forração das portas, volante e dos bancos, detalhes imitando madeira. Completa com tudo o que há num carro de luxo, com detalhes como o controle elétrico dos ajustes do banco do motorista, freios ABS, bússola digital, console de teto, enfim o pacote de equipamentos é grande e deve ser considerado.

Andar em um carro desses pra quem nunca teve a oportunidade e está acostumado com carros menores é uma sensação bem interessante, pois o que logo chama a atenção é o seu porte avantajado, suas dimensões seja na altura, largura, comprimento ao olhar no retrovisor central. Mas esta sensação de carro grande passa logo nos primeiros instantes quando vc começa a andar com ela. Mais adiante eu comprovarei o que digo.

Seu visual não é o mais moderno, pois a Blazer é herdeira de uma carroceria americana já do início da década de 90. O painel evidencia bem a idade do projeto, lembrando aqueles carros americanos dos fins dos anos 70... anos 80 por ai... A propósito é evidente em toda a sua concepção o padrão norte americano do carro, o que não é um ponto negativo.

A posição de dirigir é adequada, podendo ser facilmente adaptada por meio das muitas opções de posição. Já a posição do caroneiro fica um pouco prejudicada pelo ressalto que existe no assoalho devido ao espaço pra montagem do transmissão 4x4, dos modelos assim equipados. Os bancos de trás são pouco inclinados em relação à um carro menor, mas também não chega a incomodar. O porta-malas é bastante generoso, o que agrada muito aos que pretendem instalar kit GNV no modelo.

O desempenho do modelo é o seu grande diferencial. Ao ligar o carro, a suavidade do poderoso V6 é quebrada quando vc pisa no fundo e desperta os poderosos 180cv. Andar com um carro deste porte geralmente é um exercício de paciência, mas no caso da V6 é diferente, ela anda igual a um carro pequeno. Num sinaleiro por exemplo, ela arranca de igual para igual com qualquer modelo popular 1.4 ou 1.6 e se precisar ultrapassar ela não faz feio, é só pisar que ela não decepciona. Mas tudo tem seu preço, e neste caso o consumo é o grande problema. O Vortec V6 é generoso em potência, mas também tem um apetite voraz, rodando cerca de 5 quilômetros com um litro de gasolina na cidade. Este problema pode ser facilmente resolvido instalando-se um kit gás. Instalamos na época um kit bem simples com cilindro de 22m³, mas hj em dia já existem kits bem mais modernos com gás injetado. O gás vai muito bem nela, sobretudo por tratar-se de um modelo com cambio manual. Os únicos cuidados que devem ser observados são, a troca de velas e cabos para ocorrer uma melhor queima do combustível, evitando backfire (os estouros).

No GNV o carro é extremamente econômico, a diferença é realmente absurda, isso sem contar o valor do metro cúbico do gás que é bem mais barato. Numa Blazer um kit desses se paga muito rapidamente. Eu particularmente não sou muito fã de GNV, mas neste caso tenho que reconhecer que a economia é imensa, ficando sem dúvida nenhuma bem mais econômico que um carro 1.0 na gasolina.

O carro em pouco mais de um ano em nossa garagem não deu grandes manutenções, os maiores gastos que tivemos foram a troca de pneus que pesa um pouco no orçamento, afinal cada pneu custava na época em torno de 500 reais, os 4 passaram dos 2 mil reais. Ela apresentava uma pequena folga na direção, procuramos um mecânico da autorizada GM e nos foi comunicado que este é um problema uito comum nesses modelos, e ele nos mostrou uma Advantage com menos de 1 ano de uso e a folga era exatamente a mesma da nossa. Acabamos nem mexendo neste item. As peças por serem de um carro mais pesado, são um pouco mais caras que um carro médio, mas o carro é robusto e se vc tem um em bom estado isto não chega a assustar. Obviamente existem peças mais específicas, sobretudo do motor que podem custar um pouco mais, afinal o ele é composto em sua grande maioria por peças importadas. Tenho relatos de conhecidos que tiveram problemas na caixa de algumas Blazer automáticas, mas também não sei quanto ao uso delas como foi feito, e manutenções enfim...

Revender o carro, por mais inteiro e barato que ele esteja, a tarefa é um pouco difícil. Para vender rápido, vc tem que pegar um carro de menor valor como parte de pagamento, caso contrário, ela pode passar alguns meses em sua garagem a venda. 

De um modo geral, eu posso recomendar o carro. Ele não é um carro tão barato como um popular para se manter, no entanto seu preço de mercado é bem convidativo, e a diferença pode ajudar na manutenção. Se vc quer ter um carro de qualidade a Blazer é um ótimo carro. 

E vc teve alguma experiência com uma Blazer e quer compartilhar conosco? Vc já teve uma automática, pode recomendar também? Qual a sua opinião sobre o carro?